Légua Boji Buá da Trindade
É um espírito cultuado em diversas religiões afro-brasileiras, sobretudo na região norte e nordeste no Brasil. É o filho adotivo de Dom Pedro Angasso e chefe da família de Légua, à qual empresta o nome. Conforme crê-se, Légua Boji Buá teria sido um vaqueiro que, pela excelência de seus serviços, teria sido adotado pelo nobre Pedro Angasso, gerando numerosa prole, todos cultuados como espíritos guardiões. Quando incorporado, Légua consome grandes quantidades de bebidas alcoólicas, fuma cachimbo e cigarro e dirige-se a seus devotos de maneira direta e sem evasivas.
Ocupando papel de destaque no Terecô, sendo
igualmente cultuado no tambor de mina, Légua Boji Buá é, provavelmente, fruto da
ressignificação de dois voduns daomeano, a saber Légua e Poliboji, e em casas de Jeje, e cultuado como Vodum Cambinda.
A família de Légua
A família de Légua constitui uma
classe de espíritos cultuados em diversas religiões afro-brasileiras,
notadamente no norte do Brasil. As entidades desta falange espiritual
relacionam-se entre si pelo parentesco com Légua Boji Buá, considerado o
patriarca da família. Desempenham uma função basilar no terecô, culto
sincrético desenvolvido nos arredores da cidade de Codó, no estado do Maranhão,
sendo também cultuados no tambor de mina, embora menos frequentemente.
Conforme crê-se, os membros da família de Légua far-se-iam presente entre os devotos através da incorporação, momento em que as energias dos guias vibram na mesma energia do médium, com o intuito de serem venerados.
Em terra, apresentam-se sempre portando nome e sobrenome (em
geral Légua Ferreira da Trindade, mas também Légua Boji Buá e
variações desses sobrenomes), consomem altas quantidades de bebidas alcoólicas
e fumam cachimbo ou cigarros. A incorporação costuma ocorrer de maneira
discreta e duradoura, sendo comum que, enquanto incorporados, conversem com os
fiés distribuindo conselhos e aceitando agrados.
Além de Légua Boji Buá (também Légua Boji Buá da Trindade), integram este clã:
- Zé Raimundo Boji Buá
- Joana Gunça
- Maria de Légua
- Oscar de Légua
- Teresa de Légua
- Pedro Légua
- Zé de Légua
- Antônio de Légua
- Aderaldo Boji Buá
- Dorinha Boji Buá
- Expedito de Légua
- Lourenço de Légua
- Aleixo Boji Buá
- Mariano Légua
- Pequenininho
- Manezinho Buá
- Zulmira de Légua
- Mearim
- Folha Seca
- Maria Rosa
- Caboclinho
- João de Légua
- Joaquinzinho de Légua
- Dona Maria José
- Coli Maneiro
- Martinho Légua
- Miguelzinho Buá
- Juliana légua
- Antônia Légua
- Hilda Légua
- Codózinho
- Joana Légua
- Zé Pretinho
- Francisca Légua
- Chiquinho Légua
Sendo esses só alguns membros de sua família, pois segundo diversos Pais e Mãe de Santo da velha guarda, são 21 os filhos originais e 375 os adotivos.
A família de Légua é grande porque Légua Boji acolhia muita gente. Segundo eles, quando o encantado via uma entidade fraca, ele a pegava para cuidar e ela se tornava um Légua.
Acredita-se que Seu Légua era uma pessoa de
coração bom, justamente porque recebia em sua família muitos encantados
diferentes, fazendo com que se tornassem parentes.
Quando os encantados da família de Légua
chegam a uma tenda, é costumeiro fazerem menção a algumas características que
compartilham entre si, como a relação com a mata, espaço (tangível e
intangível) muito presente nas músicas e nas suas histórias; a lida com
animais, como os bois, com os quais esses encantados têm relação constante,
pois são tidos como valentes vaqueiros; o uso de chapéus que remetem ao campo e
às atividades a ele associadas (sendo os mais comuns os de veludo ou couro); e
o gosto pela bebida alcoólica.
Com vassoura de algodão.
Que a Família de Légua é grande.
Não pode baiar no chão"
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